quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Teoria sobre narrativa e a psicoterapia

Hipótese:

A narrativa clássica é uma forma de efectuar terapia.

Ou seja:

1 - Cria-se a PERSONAGEM PRINCIPAL (ou PP) ou uma configuração com quem o individuo receptor da narrativa (o leitor) possa ter empatia. Esta é a maneira de introduzir o leitor na história e exterioriza-lo, ou seja, apresentar acções de outra pessoa exteriores ao Leitor como aquelas que o Leitor poderia ter feito ele mesmo. Ao invés de perguntar "Fale-me um pouco dos seus pais" criamos os Pais fictícios da PP e avançamos com a narrativa dependendo de alguém com quem o Leitor simpatiza fortemente, e que vê como si próprio, tendo acesso aos pensamentos da PP, tal como, na realidade, tem apenas acesso aos seus próprios.

2 - A história avança a partir de um PROBLEMA PRINCIPAL (PRP) que envolve a PP. A PP é então apresentada com um homicídio difícil de resolver, uma crise de meia-idade, uma traição amorosa, eventos em que geralmente é suposto não terem sido instigados pela PP, mas que a afecta profundamente.

3 - A RESOLUÇÃO DO PRP envolve uma alteração na vida da PP. A PP, que até agora teve como função extrair a simpatia do Leitor, altera a sua vida de maneira que o Leitor compreenda (a resolução em si deve ser repetida 2 ou 3 vezes) o que e como foi que o PRP foi resolvido.


Para a próxima vez: O objectivo final da terapia emocional